terça-feira, 11 de dezembro de 2012

- O senhor vá me perdoando a franqueza, é que sou filho da terra, e a terra é sincera: só devolve pra gente aquilo que a gente dá a ela...
- Sim, pois diga.
- Penso que esse seu caso de sair por aí a saltitar lugares, como se macaco fosse, nômade, sem casa pra chamar de sua, isso não é vida não!, digo só porque seu amigo sou, ou pelo menos assim me considero.
- Claro, claro que o tenho como amigo, e entendo a sua preocupação quanto a essa minha vida escapulida, de canto em canto.
- Pois num é!, o senhor não se cansa?!
- Sim, de fato; mas você é o primeiro que me pergunta isso.
- Pois venha pra cá morar com a gente, nadar nesses rios de Deus, plantar essas plantas mágicas, se embriagar nesse nosso céu de estrelas graúdas.
- Sim, aceito totalmente o convite, posso estar com vocês um tempo mas não creio que o meu espírito, que a minha vontade vá se conformar: nasci pra andar por aí, colhendo a vida em cada lugar novo, espreitando desesperadamente cada pedaço de cada canto do mundo até poder enfim cobrir o globo todo, e então poder repousar em paz.

Nenhum comentário:

Postar um comentário