quinta-feira, 29 de novembro de 2012

O pânico que paralisa a pena, aborta, aniquila o escrito antes de nascido.

Seis para as dezoito. O que pode ser dito nesse ínterim? Que a vida, sobre a qual vale a pena escrever, é muito ampla e é impossível enquadrá-la em tão pouco. Tampouco é possível enquadrá-la de qualquer modo. A vida foge ao observador que tenta apreendê-la em sua totalidade. A vida é em partes: assim é que ela gosta de se apresentar aos nossos olhos - finitos.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

    "A pergunta, companheiros, que não quer, não pode calar: o que é que vocês 'tão fazendo aqui se não 'tão lutando, se não esbravejam contra as injustiças que veem serem cometidas pelos homens diante dos seus olhos?",  semblante em cólera, em uma cólera apaixonada, discursa ele aos seus camaradas, movido por questões morais em primeiro lugar. Impulsionado, porém, à reprimenda geral pelo nível alcoólico já estratosférico no sangue. Geralmente um rapaz introvertido e introspectivo: excepcional e alcoolicamente um orador, um líder nato de voz pastosa e passos incertos.
    Erguendo a fala, um dos exortados ameniza o tom, "Deixe disso, agora não é hora. A gente 'tá aqui pra se divertir...". Antes que pudesse concluir, o outro já responde, completando, "Diversão, sim, mas com responsabilidade!".
    "Que é que pode haver de responsabilidade num grupo de bêbados caindo pelas tabelas?! Mudança do mundo exige no mínimo, no mínimo, lucidez sensorial! Não acha?"
    "Sim, sim. Mas lúcido estou. Apesar dos sentidos se arrastando, este encéfalo", e bate com força e decisão o dedo indicador na fronte, "este emaranhado de neurônios, neurotransmissores e quiçá uma alma, este ser múltiplo encontra-se em perfeito domínio de suas faculdades intelectuais. Quatro cervejas não podem derrubar este titã!"
    Um outro amigo, muito observador, redargue, "Mas você só bebeu duas."
    De repente, o orador bêbado cai na gargalhada, daquelas psicóticas, de filme de psicopata. E, recuperando o fôlego, emenda: "Aaaaaah! Então traz mais duas geladas que agora é que eu 'tou começando!".


  

Vinte e oito de novembro de dois mil e doze

Vinte e oito de novembro de dois mil e doze.
Cada dia a mais é um dia a menos pro fim.
Depois de cada interrupção, as coisas já não parecem mais fazer sentido algum. Qual era a linha de raciocínio anteriormente perseguida? Perdida está, para sempre, no meio, nas bordas, nos mares bravios do caos-caldo de neurotransmissores.


terça-feira, 27 de novembro de 2012

Objetivo

Tenho um minuto para escrever. Agora.
O objetivo, como se pode facilmente deduzir pelo título deste blog, é a rapidez. E com essa rapidez, infelizmente, muitas vezes o desleixo, muitas vezes a incorreção. Que fique assim, que fique como está: como experimento para oportunidades vindouras, oportunidades de um refinamento que ora não posso - mesmo! - desenvolver.
Fim, por hoje.

Átila B. Santos